quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jovem terá prioridade em transplante

Novas regras anunciadas pelo ministro José Gomes Temporão incluem aumento nos valores pagos pelo SUS

Pessoas com até 18 anos agora têm prioridade para receber órgãos de doadores na mesma faixa etária. Além disso, todas as crianças e adolescentes passaram a ter direito a se inscrever na lista para transplante de rim, antes de entrarem na fase terminal da doença crônica ou de ter indicação para diálise. Essas são algumas das medidas anunciadas ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para aumentar o número de transplantes no País.

Em Goiás, a Associação dos Doentes Renais Crônicos estima em 40 o número de crianças e adolescentes fazendo hemodiálise – procedimento que substitui mecanicamente a função renal –, dos quais metade já tem indicação para transplante. Eles correspondem a 4% do total de 500 pessoas na fila de espera por um órgão em Goiás, mas são pacientes que precisam de profissionais e serviços especializados. No Estado não há transplantes renais de jovens. Os pacientes são encaminhados para São Paulo.

O presidente da Associação dos Doentes Renais Crônicos de Goiás, Djalma de Souza Brito, acredita que as mudanças no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), anunciadas ontem pelo ministro Temporão, devem levar ao aumento do número de transplantes, especialmente com o aumento da tabela de valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por procedimentos relacionados às cirurgias (veja quadro). “As mudanças devem estimular o aumento de doações”, prevê.

Especificamente em relação à prioridade de crianças e adolescentes, Brito espera que as duas medidas levem à criação de equipe de transplante renal pediátrico em Goiânia. Ele alega que o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde os jovens pacientes são preparados para os transplantes fora de Goiás, poderia fazer os procedimentos.

Uma das crianças que estão sendo preparadas para transplante em São Paulo é Lucas Gabriel Ferreira Nascimento, de 7 anos. Ele tem insuficiência renal em decorrência da Síndrome Prune-Belly, diagnosticada quando sua mãe, Orcidália Souza Ferreira, de 25, estava no sétimo mês de gestação. Orcidália veio de Arapoema (TO) para Goiânia para fazer o parto e, em decorrência dos problemas de saúde do filho, não voltou mais para casa.

Há três meses Lucas Gabriel começou a fazer hemodiálise, três vezes na semana, no HC. “Os exames pioraram e o procedimento foi indicado”, relatou a mãe. Cada sessão dura três horas e meia e as agulhas incomodam o menino. No mês passado, Orcidália foi com o filho para São Paulo. Ele agora está fazendo exames e deve retornar à capital paulista em janeiro. A prioridade na fila é uma esperança a mais para Orcidália. “Isso pode aumentar as chances dele”.

Sequela
O coordenador da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), médico Luciano Leão, diz que é importante dar prioridade aos jovens no recebimento de órgãos e na entrada na fila de transplantes renais, mas não acredita na criação de uma equipe pediátrica de imediato. “O porcentual é pequeno e precisamos atender os pacientes adultos”, justifica Luciano Leão.

Um comentário:

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