domingo, 4 de outubro de 2009

Registro Brasileiro de Transplantes de Órgãos

O Registro Brasileiro de Transplantes de Órgãos, com dados do primeiro semestre deste ano, mostra que o Estado tem, proporcionalmente à população, a segunda maior fila de pacientes à espera de um transplante no Brasil.

Um cenário que não se desenhou da noite para o dia. Pelo contrário. Tão crônicas quanto doenças que exigem a realização de um transplante, as históricas deficiências no sistema de saúde em Goiás fizeram com que o número de cirurgias realizadas no Estado despencasse nos últimos anos. Serviços fecharam, equipes deixaram de operar. Nesse contexto, a recusa familiar em doar os órgãos de um parente morto não figura entre os principais entraves para o aumento dos transplantes feitos nos hospitais goianos.

O dado mais recente sobre transplantes de órgãos no Brasil foi divulgado pelo Ministério da Saúde na semana passada por ocasião do Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos (27 de setembro). Os números mostram que é baixo o porcentual de não-efetivação da doação cuja causa seja a recusa familiar. É a segunda menor taxa do País considerando o número de potenciais doadores no período de janeiro a junho de 2009.

Outro dado que chama a atenção no mais balanço é a quantidade de doações não efetivadas por contraindicação médica, mais da metade do total de potenciais doadores. Pode haver contraindicação médica quando o potencial doador é portador, em vida, de doenças como câncer ou hepatite, entre outras. Nenhum outro Estado no Brasil apresenta porcentual tão elevado em Goiás. “Sempre faltaram peças nessa engrenagem”, critica o presidente da Associação dos Doentes Renais Crônicos do Estado de Goiás, Djalmes de Souza Brito. “Em 2005 realizamos quase 100 transplantes de rins. No ano passado e neste ano, são pouco mais de 40. Está claro que o problema não é simplesmente a falta de órgãos”, sugere. “Quem entra na fila não sabe quando ou se sairá dela.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário