domingo, 4 de outubro de 2009

Pintor aguarda transplante do coração

Desde que descobriu ser portador de doença de chagas, o pintor Waldivino Luís Gonzaga, de 54 anos, vê os dias passarem do lado de dentro da casa onde mora, em Goianira, na região metropolitana de Goiânia. “Não consigo andar mais de 50 metros sem sentir muita dor e um cansaço enorme”, relata. Com esperança de voltar a ter vida normal, candidatou-se há cinco meses ao transplante de coração. É um dos 13 da lista de espera em Goiás.

“Esperar é angustiante”, revela. “Sinto muita depressão porque não sei até quando vou aguentar”, diz. A preocupação de Waldivino com o tempo tem razão de ser. Nos anos de 2007 e 2008, Goiás não realizou um transplante cardíaco sequer. A realização, este ano, de dois transplantes de coração, porém, encheu o peito dele de esperança. “Quem sabe eu também não consigo, não é mesmo?”.

Às vezes o corpo sofre mais que o normal. “Passei 20 dias internado esses tempos.” Acompanhado por uma equipe de médicos do Hospital Santa Genoveva, em Goiânia, o pintor passa os dias em alerta. “Deixei uns dez números de telefone lá no hospital”, conta. “Não posso correr o risco de ligarem e não me acharem”, explica. Ansioso e, como ele mesmo se denomina, alerta, chega a desconfiar do telefonema da reportagem. “Você é repórter mesmo ou está ligando porque tem um transplante pra mim aí?”.

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